segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Tampa de Saleiro

 

Sal, ferrugem

compro nova na internet

compra-se coisas

comprar , vender e sorrir

tudo se compra

compre a voce mesmo

nunca se venda

quem não se vende?

Qual o valor, qual a valoração?

Nunca é a mesma coisa

Sempre é o mesmo.

Quem é você?

Menos dias

 

E mesmo assim mais amor

verde azul e roxo

tabua de passar

passagem de onibus

cores de cores de cores de cores

odores e dores

corrida e tempo

menos tempo.

o tempo dita e faz

como se faz o tempo?

Sempre que sim

 

É sempre

sim

mesmo que não

a coisa toda se faz

e faz sim

e como vc sabe

como pensar

eu , vc, todo mundo.

Sempre se faz.

E eu e você? como você vai?

Passagens florestais

 

De caminhos  e trilhas

aguados momentos de ira

aguadas formas.

Árvores, pisos, palavras.

Entre meios e  caminhos inteiros.

Corredeiras de folhas, arrasta-se

apoia-se

cai.

Entre termos de dias e noites

na luz que vem e vai

essa trilha que nasce agora

nesses passos que agora vão

a vida que agora vai

vou e estou indo

palavra em termos de dias

momentos e verdades .

Não existe meio termo, existem direções

qual o sentido? Qual  é o azemute?

do piso seco

do charco

da lama

do mato.

Corrediças corredeiras do caminho trilhado agora

não se vai

fica.

Fico

e vou.

Pineapple

 

Entrelinhas , abacaxis, sucos,

Calados e acasos

maças, abacaxis.

Sobre

 

Sobre o dia dela

e aquele probleminha de sempre

o dia passou nesta tela

onde está ela?

Hoje me preocupei, procurei

mas não era nada.

Quando voltei já estava em casa.

Coisas novas  algo sobre

mas um dia

mais ela.

Várias varias

 

Entre passos  com escuridão

Entre linhas

Entre pães

Entre mãos

Várias valias

Varia a tempo

Varia ação

Recirculos impróprios e palavras-ação.

domingo, 10 de outubro de 2010

Imagens na casa de meus pais....



Achei essas fotos aqui no computador da casa dos meus pais.
Não sei bem a origem das fotos mas acho que é da câmera deles. Que por sinal já foi minha até sair de casa para ir morar com minha esposa.
Sempre fico pensando nesse estranho processo chamado vida, quando vejo essas fotos...
Muitas de muito tempo ou de muitos tempos de vivências e desenvolvimentos.
Estu picotado na foto , minha esposa não gostou. O que acha disso?





segunda-feira, 4 de outubro de 2010

quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Poesia e Arte: A prática artística no uso do texto dentro da arte contemporânea

 

Parte 1.

Como pensar arte sem vinculá-la a um processo poético? A prática artística remete a um processo produtivo constante e o uso de textos principalmente os de poesia tem sido uma tendência cada vez mais crescente na arte contemporânea. Pesquisar a pratica de usar o texto como elemento na arte contemporânea é desenvolver uma poesia visual textual. Vemos textos em vídeos, instalações, fotos, pinturas e cartazes. Encontramos um processo poético textual em grande parte dos elementos da arte urbana. Mover a arte ao texto e o texto a arte de forma não burocrática. Mover a realidade da pratica artística com a realidade da leitura de mundo possível de uma forma dinâmica a quem vê. Formular arte como elemento social e poético, elemento visceral na formação de uma opinião direta e usa a poesia como meio disto. Desenvolver uma prática, analisar o que já foi feito e questionar o porvir.

O elemento texto, na forma de poesia, dentro de elementos de arte contemporânea desenvolve uma relação muito própria com o mundo que a cerca. O texto pode interferir na espacialidade da obra, no seu vinculo social e na formação da interação com o espectador. Entre o ideário do processo de formação de uma poesia e a formação de uma obra de arte contemporânea pode haver um mundo. Esta pesquisa explora esse mundo. Dentre os processos criativos possíveis em uma obra de arte a formação de um texto pode ser e muitas vezes é a alma da conceitualização de uma obra. Formar idéias é gerar formatos para a existência de relações entre o mundo e a obra de arte.

Um elemento mundano e efêmero é pra mim a melhor caracterização do processo de uma obra de arte. Mundano uma vez que se pensa em local, forma, motivo todas características típicas de uma existência viva, efêmero pois a efemeridade da arte não está apenas na degradação física dos materiais mas na relação passageira que formara com seu público e a própria efemeridade do gênero humano. Usar um texto nesta pratica é apenas um elemento facilitador da compreensão do processo da obra mediante ao espectador. Poesia é musica ou palavra, anúncio ou palavrão, é todo o texto que inserido me um contexto de obra ganha em si papel integrante em sua essência formal.

Foucault ao comentar isso no livro Isto não é um cachimbo(sobre obviamente a pintura do Magritte) chega a chamar de uma “ referência lingüística” o que é de fato por usar língua, e idioma definido quase sempre, na verdade mesmo quando não usa um idioma ou língua definido acaba gerando uma relação por usar no mínimo caracteres que são possíveis de se entender como letras.

terça-feira, 21 de setembro de 2010

Como virar o dia e ver a noite…

IMG_0014 IMG_0016  Estava passando de volta pra casa. Peguei minha mini camera e fiz isso aí…. : )

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sábado, 18 de setembro de 2010

Dias que passam...




Time, Tempo. House , Casa.

Casa e tempo, entre palavras e lugares
Existe lugar?

There is a house, my house.
Where am I?

Meu inglês é pior que meu humor.
Meu espanhol voltou para o paraguai.
Minha mulher faz aquilo que faz,

e eu faço o que?

Das Horas, Dos espaços

Como formas horas em lugar
Fico em passos
Fico em segundos.

Como sorrir em um ar
Como ficar.

Depois de todos os momentos o espaço se esvai.

Existe espaço?

Corrida, sons, água.
O que mais?

terça-feira, 31 de agosto de 2010

Poemas do Caminho

Poemas do Caminho - nuvens e o maracatu.

Semana de Arte Urbana do Benfica – Fortaleza-CE.

Nada mais efêmero que um evento de arte. Imaginem um poema com 150 metros de comprimento e 1,40m de largura estendido na cidade com a maior ventania do Brasil. Que sufoco!!! Literatura pesada essa!!! Em torno de 83kg de poesia colada no chão da praça Esperanto no bairro do Benfica em Fortaleza. Se não fosse pela Roberta e por nossa amiga Ruth esta intervenção não aconteceria. Mas, aconteceu e foi muito bom. Foram 6 horas para instalar o poema e mais 3 horas para retirá-lo. Chegamos às 4 da manhã na praça Esperanto e começamos a instalar o poema. Colar o poema inicialmente bem dobrado para que o vento não o levasse. Desdobrá-lo aos poucos fixando devagar.

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terça-feira, 17 de agosto de 2010

Filmagens de um processo.

Receita para pintar 150 metros de tecido e transformar em uma intervenção poética:

Pegue 3 rolos de lonita 10 crua (60, 40 e 50 metros respectivamente);
Passe Base acrílica em toda a lona;
Pinte os poemas;
Pinte nuvens, árvores e chão;
Coloque seu nome em várias partes;
Filme e fotografe partes do processo;
Coloque no seu blog;
Aí Está!
Esses videos foram feitos por minha esposa, Roberta.




terça-feira, 3 de agosto de 2010

Kioto International Woodprint Association Exibihit.

As gravuras chegaram ao Japão e eu irei participar da Exposição Internacional de xilogravuras em Kioto. Abaixo, duas gravuras que enviei.

http://www.kiwa.net/

.capaportfolio bird

Vou participar do SAUB

Isso mesmo! Vou participar da Semana de Arte Urbana do Benfica em Fortaleza entre os dia 23 a 29 de agosto. A minha intervenção se chama Poemas do Caminho. Trata-se do" poema de quem vai e do poema de quem volta" seguidas por nuvens cobrindo o caminho neste evento. A seguir está um desenho com minha idéia inicial. Eu gostaria de realizar esta interveção na ponte velha em Resende, mas provavelmente a prefeitura não irá permitir.

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O Poema de quem Vai

O-Poema-contínuo-de-quem-vai-segue-uma-vida-própria,-segue-caminho-adentro,-encara-o-tempo-e-nunca-se-afoga.O-poema-vai-com-os-passos-de-quem-passa-e-se-desfaz-nas palavras-trançadas-dos-falantes-do-caminho.Vai-ao-trabalho-ou-vai-para-casa,-vai-para-a-vida-a-voar-de-forma-verdadeira.O-poema-fala-e-as-nuvens-passam-pelo-caminho.O-Poema-fica-e-quem-lê-passa.Tudo-passa.Se-existe-uma-montanha-na-paisagem-ela-tem-uma-nova-marca-e-o-rio-que-corre-nunca-para.A-verdade-segue-viagem-e-mentira-fica-pelo-caminho.O-amor-às-vezes-vai.E-você?O-poema-de-quem-vai-fica-pelo-chão,-pelo-espaço,-pela-memória.Fica-meio-de-lado-marcando-o-movimento.Não-marca-as-palavras,-marca-o-movimento.-Passo-a-passo-seus-pés-marcam-a-viagem-e-o-caminho-por-onde-passa-também-passa-este-poema.

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O poema de quem volta

O-Poema-volta-e-eu-volto-com-ele.Volto-para-casa-pelo-caminho-de-sempre.O-poema-volta-e-o-dia-não-volta.Volto-para-teus-olhos-e-para-meu-mundo.Quem-volta?Este-é-o-poema-de-quem-volta-este-poema-volta-pelo-caminho-que-já-passa-da-metade.Lágrimas,-abraços-e-apertos-de-mão.Festa,-bolo,-sorrisos-no-doce-retorno.O-poema-pelo-caminho-volta-em-sua-própria-sorte.Todo-caminho-é-um-ato-de-sorte.No-caminhar-a-rua,-o-rio,-a-ponte-e-a-cidade.Tudo-faz-parte-do-caminho.Mais-importante-do-que-ir-é-poder-voltar.O-melhor-de-voltar-é-ser-bem-recebido.Quem-vai-ou-volta-por-esse-poema-sempre-será-bem-vindo.Neste-poema-tudo-volta.O-retorno-é-mais-rápido-do-que-a-partida.Os-olhos-e-as-palavras-ficam-em-sua-mente.-Um-dia,-você-também-irá.Que-neste-dia-este-poema-volte-em-sua-mente.

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domingo, 7 de março de 2010

Argila, construção e outras coisas

Construir da argila

Modelar

Fazer o processo , argila

escultura , coisa , objeto,

Fazer e falar.

Não falar.

O que a Argila faz, faz da vivência

Vai secando na mão,

Ganhando forma

Vai esquentando.

Argila se faz de lama , se faz de água, se faz de terra.

Como fazer o que se faz com o que a argila faz?

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domingo, 28 de fevereiro de 2010

Minha prensa, o atelier e meu avô.

Tenho uma prensa.

Uma prensa de gravura. Da mecanica leve S.A. Feita pessoalmente pelo seu Franco Macariello e sua equipe. Toda prensa tem um nome. Na minha graduação vinham com a idéia machista de que prensa tinha que ter nome de mulher. A minha tem o mesmo nome do barco que meu avô passou grande parte da vida. Apresento Mercúrio.

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Puxei muito meu avô. Nem conheci ele direito. Morreu quando eu tinha 5 anos. Todos falam que temos muito em comum. Meu avô tocava saxofone que eu também toco (meu primeiro instrumento herdei dele). Coço minhas costas nas quinas da casa. Como o dia todo.Juntando isso e a barba que fica ruiva quando cresce, sou neto do meu avô. Agora no meu atelier, fica minha prensa e tudo mais, semana que vem devo levar meu saxofone. Meu avô era um navegante da baia de Guanabara. Eu sou um navegante de poemas, imagens e pessoas. Hoje a água do tempo nos desfaz aos poucos e me aproximo de meu avô mesmo não o conhecendo pessoalmente (ou não me lembrando).O tempo me desfaz e refaz e a prensa vive de gravura e eu vivo de amor.

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segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

Xadrez, Desenho e História da Arte

Minha esposa me manda lavar a louça. Resolvi blogar. Ela me deu um beijinho e me mandou párar. Bebeu meu copo d'água e fez uma piada. Amanhã dou aula de história da arte. Hoje foi xadrez. Quarta, quinta e sexta de manhã educação artística (se é que isso existe de verdade?????). Quinta e sexta a tarde, aula de desenho. Sábado atendo arteterapia para um grupo de deficientes visuais. Domingo, irei distribuir panfletos nas caixas de correios da vizinhança. Quero organizar uma exposição com trabalhos novos. Tenho muito trabalho. E ainda por cima acabei de me casar.

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

Para pensar no espaço

Tenho um espaço. Coloquei até meu nome nele. Tiago Gomes Oficina de Arte e Atelier de Arteterapia. Esse ano fiz umas reformas, pintei a calçada e instalei minha prensa de gravura lá. Fiquei pensando no espaço. Preciso sempre de mais espaço. Como pensar nisso.Preciso expor numa cidade grande. Repensar os meus trabalhos. Do pequeno para o grande seria o natural. Mas, pelo visto do grande para o pequeno é que fica mais fácil. Fica mais fácil?

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Como corroer sem ser ácido?

Percloreto de ferro consegue.

Nas palavras do mundo e no mundo das palavras.

Tudo é seu.

Corroer as amarras que me travam presos em mim mesmo.

Como vencer um contexto social.

De todos, como sair daqui sem fugir.

Em cada dia, cada momento corroer essas amarras.

Este terno.

Esta camisa de força.

Esta palavra velada.

Toca o ar com a lingua, morder o som.

Calar

620 segundos de puro nada.

Acordar para trabalhar.

Acordar para o nada.

Se a verdade existe ela existe lá.

Acordei com fome .

Me enchi de mim mesmo e de tanto engolir, engordei.

Preciso párar de guardar, párar de engolir.

Deste terno terno azul que me veste a realidade não quero a amarra.

Quero que a camisa que me parte se parta.

Como sentir isso????

Como me livrar???

Se a verdade existe, por que existe verdade?

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Como correr o dia sem correr.

Como a imagem escorre e o dia passa.

O dia corre.

Eu corro.

Fica-se a imagem mal ficada.

Fica a hora que passou.

O pão quente da mulher. O bromato.

Do nada ao nada o alarme tocou.

De novo.

Ir trabalhar.

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Está chegando a hora de assumir ou sumir

Pensar em poesia sem ser artista é estranho. Queria trabalhar com poesia plena, poesia visual, auditiva, tátil. Acabei arrumando emprego de professor. Adoro dar aulas, mas não sou só professor. Ninguém é uma coisa só. Arte no interior é tão complicado quanto em qualquer lugar. Pior é não ter grana para fazer mais coisas. Vou ter que assumir que sou artista, me arriscar mais ou sumir disso e morrer numa sala de aula ou em outro concurso que eu passar. Queria ser poeta, não funcionário público. Estou indo para o caminho oposto. Nunca tinha pensado na função pública do poeta. Triste é fazer poesia sem texto, usando imagens, sons e objetos e sendo chamado de artista plástico. Se eu estivesse na França, onde esse título nasceu tudo bem.Aqui isso não existe. Se existe nunca vi.

abraços