Nos últimos 7 dias, estudei, trabalhei , lecionei, e pintei.Foram 4 nesse sábado. Algo constante, coom se as idéias estivessem passando, indo e vindo. Produzir arte deve ter disso eu acho. Não sei. Não vou publicar agora as ultimas fotos e as pinturas, mas a questão tem sido que em breve isso vira gravura e me pergunto até que ponto em gravura é possivel essa fluidez….
Esse domingo pode ser e foi bem voltado para o ser. Água do céu, o rio, o rio paraíba. Ontem uma grande amiga minha fez uma referência que não tinha percebido ou pensado. Quando essa amiga minha viu a minha pintura nova, ela viu as correntes como referência à escravidão do ciclo do café que fundou minha cidade. Água, corrente e escravidão são coisas que se ligam num contexto histórico, mas até que ponto?
Fotografia – Água corrente 3
Fotografia – Dessa água não beberei 3
Tenho usado um programa para atualizar esse blog, hoje percebi que não publiquei nada que escrevi nos últimos dias e agora enviei tudo de uma vez. Hoje pintei.
Pintura (tinta óleo e spray sobre tela) – 160x120cm
Tava lendo hoje sobre o narciso e o espelho dágua e fiquei pensando e se o que ele viu não foi tão belo assim? e se ele deu de cara com a realidade da auto-imagem e pirou não pela beleza mas pela ciência de existência? Se é proprio do real esconder-se que parte dele pode aparecer na água a ponto de mudar a vida de alguém?
Quase me afoguei algumas vezes. Mas não é desse tipo de encontro com o real que estou falando.
Quando estava terminando a minha pós em arteterapia, para a monografia, precisei ler um livro vermelho sobre terra agora to lendo um livro vermelho (não por acaso do mesmo autor) sobre água. Fiquei um tempinho quebrando a cabeça para relacionar os dois elementos e lembrei a formação do metal de dois passei para três… Terra e fogo dependendo da terra e dependendo do fogo, faz metal ou é metal e molda metal, liguei a idéia de terra a metal que sofreu moldagem pelo fogo e fui a caça de idéias. Reuni uns objetos e tirei essa foto. Não sei ainda se a obra é a foto ou os objetos, fiz um filminho também , Na verdade foi uma série de fotos, umas 40 selecionei essa e mais umas 5. A idéia era água e acabou reunindo os 4 elementos pelo menos na minha visão torta. Tenho água na caneca, a caneca de metal que é terra moldada por fogo e o ar como o que cobre tudo e torna possível esta forma de movimentação de luz.
Fotografia – Dessa água não beberei 1.
Fotografia – Dessa água não beberei 2.
Nessa mesma onda além do filme pensei no fluxo da água e na
idéia de água corrente. Meio que como brincadeira de palavras, fiz algo lugar comum, mas que me divertiu e fez pensar em uma outra relação importante nesse contexto, o encontro com o real .
Hoje estou meio Heideggeriano…
Fotografia- Água corrente 1
Fotografia – Água corrente 2
Nessa semana que passou fiquei fazendo muitas coisas ao mesmo tempo. Ler, estudar, dar aulas, pintar, fazer a divulgação da oficina de arte, tudo ao mesmo tempo. Ainda estou nesse lance com ágdua. Passei o domingo relacionando com questões como essencia e fonte de vida . Ia subir para maromba ou pra penedo mas acabei ficando por aqui mesmo. Vendo a água barrenta do paraíba. Pintei essa semana a tela que vai ficar na frente da oficina. Quis fazer um trocadilho de letras ao escrever entre no olho da figura dando enfase as letras E, N, T, E. Como se fosse algo como um ente ou entre. Acho que ninguém entendeu. Faz parte. Quem precisava entender entendeu.
Ente/Entre – Oléo sobre tela 150x80cm
